quarta-feira, 2 de abril de 2014

PLANEJAMENTO: A CHAVE AO GARGALO DA PRODUTIVIDADE

Um dos maiores gargalos do Brasil é a produtividade. Para se ter uma ideia, dividindo-se o PIB pela população economicamente ativa, concluímos que um trabalhador norte americano produz cinco vezes mais que um brasileiro.

Existem inúmeras teorias para esta disparidade, dentre elas a péssima educação, a péssima infraestrutura e a burocracia. Talvez todas elas somadas seja a teoria correta, mas uma das coisas que mais observo ultimamente - e notoriamente após defender um TCC sobre planejamento na aprovação de loteamentos - é que boa parte destes problemas tem origem na nossa cultura. E cultura não depende muito de governo, mas sim da vontade de mudar.

Há dez anos trabalhando no setor de projetos e agrimensura observo que não existe uma cultura de planejamento. Investe-se muito pouco no planejamento, especialmente no setor público, mas o setor privado não fica muito atrás. Já vi empreendedores gastarem anos (e décadas) com projetos travados por falta de planejamento, por medo de investir em novas tecnologias.

O planejamento é essencial para vencer uma epidemia brasileira: a burocracia. Um projeto depende da aprovação e/ou vistoria de diversos órgãos e como gerenciar tudo isso sem um planejamento? Como saber quais as etapas podem tramitar concomitantemente, quais são suas antecessoras e sucessoras? São informações importantíssimas num processo de projeto, aprovação e execução. Aí caímos num ciclo vicioso.

A falta de planejamento gera projetos incompletos e projetos incompletos não caminham. A própria União alega que tem verba disponível, desde que haja bons projetos.

É preciso abandonar esta cultura de falta de planejamento, de que planejar é desperdiçar tempo. O retrabalho que é o verdadeiro desperdício e o planejamento reduz muito a possibilidade de retrabalho.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Se eu fosse Prefeito

Na semana que se passou os jornais da cidade estamparam foto de um gambiarra feita no Anel Viário, Via Cruanes Filho, próximo ao Colinas de São João, em Limeira-SP. O que aconteceu no trecho é simples: ao invés de prolongar uma galeria de aduelas existente, a prefeitura fez um desvio esdrúxulo para aproveitar o que já existia. Foi feita uma lombada para redução de velocidade, o que é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro. Além de feio, ficou muito perigoso.

É louvável a iniciativa de duplicar o Anel Viário de Limeira. Qualidade dos trabalhos à parte, esta foi uma das (poucas) coisas boas que o prefeito cassado legou à cidade. Agora, há de se convir que esta duplicação foi feita, como se diz na engenharia, nas coxas. Não se planejou o Anel Viário, remendou-se, o que deixou ele disfuncional e feio. A constante variação de velocidade é um sinal desta falta de planejamento.

Os únicos trechos funcionais do Anel Viário são os antigos: Jardim do Trevo (Maxxi Atacado), executado na gestão Pedro Kühl; Jardim Nova Itália (Próximo ao COTIL); Região do Olindo de Luca.

Se eu fosse prefeito, faria diferente. Bem diferente. Primeiramente existiria planejamento. E planejamento de longo prazo! O Anel Viário é uma via de trânsito rápido (ou pelo menos deveria ser). Planejaria pistas com 2 faixas de rolamento + Acostamento, Canteiro Central de 6,00m com ciclovia (e não a ciclofaixa existente hoje, pequena e perigosa) e amplo espaço para arborização. Em uma tacada Limeira ganharia 18Km de ciclovia e 72.000m² de área verde.

Também planejaria uma redução drástica nos cruzamentos em nível, o que permitiria manter a velocidade sempre em 70Km/h. Para tal, necessitaria de projetar 7 viadutos: Enxuto, Barroca Funda, Cecap, Taba do Brasil, Labak/Vila Piza, Av. Laranjeiras e Rod. Limeira – Cordeirópolis. Implantaria semáforos inteligentes nas rotatórias e em travessias de pedestres. Eliminaria a rotatória do Parque das Nações e do Jardim Laranjeiras.

Planejaria uma arborização de qualidade, com quatro linhas de árvores (calçada + canteiro + canteiro + calçada) de médio porte a cada 10m, o que daria um plantio de 7.200 árvores.

Por fim, planejaria uma iluminação em LED, com fiação subterrânea, câmeras de monitoramento (que funcionem), placas eletrônicas com indicações turísticas e com informações variáveis (para evitar, por exemplo, que se pendurem banners da Aljóias nos postes).


Custo estimado do projeto: R$60 Milhões. Parece muito, mas se planejar para 10 anos, seria um investimento de R$6 Milhões ao ano. Quase nada perto do benefício! Além de que, com projeto e planejamento, angariar verbas federais e estaduais seria um pouco mais fácil!

Matéria do Jornal de Limeira sobre gambiarra no Anel Viário. Fonte: internet

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Corte na própria carne? Que seja!

Como eu sempre digo, tenho posições políticas e as defendo porque acredito que tomar uma posição e participar ativamente da vida política, de qualquer lado, é melhor que ficar em cima do muro.

Sendo assim, deixo claro - aos que acreditam ou não no nosso trabalho - que não defendo corrupto. Se há corrupção dentro do partido que defendo, serei o primeiro a pedir, após comprovação, a cabeça do responsável. E aqui vale um adendo: os petistas, em quase sua totalidade, defendem com unhas e dentes os responsáveis pelo mensalão. Não tomarei jamais esta atitude de defender bandidos.

As recentes denúncias sobre o cartel nas licitações do transporte ferroviário nos governos tucanos precisam ser investigadas a fundo. Entretanto, eu não concordo com o oba oba que os que estão à serviço dos seus partidos ou dos seus interesses pessoais estão fazendo. Jogam no lixo informações concretas e divulgam apenas o que lhes interessam. E justamente aqueles que bradam veementemente contra o PIS (partido da imprensa golpista), agem contraditoriamente às suas convicções.

Em primeiro lugar, a revista "Isto É", notadamente com uma linha editorial anti-PSDB, fez denúncias baseadas no "ouvimos dizer". Não traz nomes e nem documentos concretos. Coloque-se os nomes na mesa e provem-se o que se esta dizendo. Quem embolsou os supostos milhões desviados? O partido? Pessoas que fazem parte dele? Cadê as comprovações? E não adianta dizer que não existe porque o galpão de documentos pegou fogo. Se denunciou, tem que comprovar!

Em segundo lugar a própria Siemens - delatora, segundo a revista - divulgou uma nota nesta semana dizendo que não foi autora e desconhece a veracidade das denúncias. Uma empresa, do porte da Siemens, viria a público mentir para depois ser desmentida? Duvido e muito!

Terceiro, o fato de empresas fazerem cartéis para ganharem licitações não significa, necessariamente, que governantes tem participação. Esta também é mais uma suposição sem provas apresentadas.

Por fim, o Governo do Estado de São Paulo vem há mais de um mês tentando verificar os processos e não obtém acesso devido ao sigilo das investigações alegado pelo CADE. Não seria um direito do acusado ter acesso às acusações? Bom, o CADE é controlado pelo governo federal, que é controlado pelo PT (e aí tudo se explica).

Tudo isso cheira apenas mais uma manobra na sanha petista de tomar o poder no Estado de São Paulo. Se eu estiver enganado, garanto que serei o primeiro a cortar a própria carne e a pedir a cabeça deles!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Gigante acordou, popularidade despencou!

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje pesquisa de popularidade da presidente e dos governadores de todo o país. Invariavelmente os índices de aprovação despencaram e os de reprovação subiram feito foguete. Fruto do despertar do gigante, que levou milhares de brasileiros às ruas de todo o país.

Quando as autoridades perceberam o tamanho do problema em suas mãos, uma chuva de medidas emergenciais apareceu tirada das cartolas dos nossos governantes. Constituinte, plebiscito, médicos cubanos... A lista é longa!

Os governantes não perceberam que as soluções mirabolantes não são as reivindicações das ruas. O brasileiro aguentou por muito tempo calado e agora, com uma democracia mais amadurecida, ele pede uma ruptura geral com o sistema que aí se instalou.

Nenhum governante tocou no assunto segurança num país que viu recentemente trabalhadores morrerem queimados por não terem dinheiro pra entregar aos bandidos ou meninas estupradas e depois mortas. Num país onde o proprietário de um automóvel, além de pagar pelo carro mais caro e sem equipamentos do mundo, de pagar IPVA, combustível, documentação e seguro obrigatório altíssimos, ainda precisam pagar seguro caro, alarme, rastreador, flanelinha...

Nenhum governante tocou no assunto educação num país em que sobram vagas de emprego, mas faltam trabalhadores qualificados. Num país em que as universidades públicas são para a elite e as particulares fábricas de diplomas. Num país em que professores ganham migalhas e “vales coxinhas” para ensinar uma grade curricular ultrapassada a mal educados alunos sem capacidade de entender a maior parte desta grade ultrapassada.

Nenhum governante tocou no assunto desburocratização e gestão eficaz num país onde tudo que se faz necessita de um carimbo, autenticação e assinatura (isso numa era digital). Num país onde o fisiologismo político criou 39 Ministérios e abriga, na esfera federal, nada mais, nada menos que 25 mil funcionários comissionados com altos salários.

São problemas para se ficar dias elencando. São 500 anos de mandos, desmandos, privilégios e apadrinhamentos e que ninguém ousou ainda mudar. E é isso que as ruas pedem, clamam!

Porque não se aprova um novo código penal, mais duro e que coloque efetivamente os bandidos na cadeia? Porque não se faz a reforma tributária para aliviar o complexo sistema de contabilidade brasileiro? Por que não se implanta a meritocracia em tudo o que é público? Porque não agilizam-se processos civis, criminais, aprovações ambientais, fundiárias e tantos outros processos afundados na nossa infinita burocracia?

Temo que os governantes não toquem neste assunto, pois é de interesse deles que se mantenha a educação em frangalhos, o tráfico de armas e drogas faturando bilhões e a burocracia incentivando as dificuldades para vender facilidades.


O gigante acordou e ficou mais inteligente. Enquanto os governos também não acordarem e ficarem mais inteligentes (eficientes, eficazes, justos...) as popularidades deles continuarão despencando. 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Subsídio: ainda não é a hora!

Muito tem se falado ultimamente – devido aos protestos que tomaram conta do país – da qualidade e da redução na tarifa do transporte público. Em Limeira não podia ser diferente. O prefeito Paulo Hadich (PSB), propôs um subsídio de até 33% ao sistema (o que pode ultrapassar até 1 milhão por mês) para que a tarifa seja reduzida em 10 centavos e para que o sistema tenha maior qualidade.

Mas será que a população de limeira deveria destinar mais de 12 milhões por ano às empresas de ônibus da cidade?

Em primeiro lugar, é preciso pensar que a Limeirense (uma das duas empresas de Limeira) esta na cidade desde a década de 1960. Portanto, seria muita ingenuidade acreditar que a empresa esta a quase 50 anos trabalhando aqui deficitária. Se esta há tanto tempo, é porque dá lucro. Sendo assim, não se justifica o subsídio por o sistema ser deficitário. É preciso abrir a caixa preta das planilhas de cálculo.

Outra questão a ser analisada é a gratuidade. O governo Silvio Félix, numa medida puramente eleitoreira, reduziu a gratuidade de 65 para 60 anos. Esta medida, vai na contramão do que a lógica nos mostra. A expectativa de vida das pessoas aumenta ano a ano. Para que os sistemas não quebrem, as pessoas precisam ficar economicamente ativas por mais tempo. Isso vale pro INSS e também para as gratuidades. Ao invés de baixar para 65 anos, a gratuidade deveria aumentar para 70 anos e não baixar para 60. Infelizmente os políticos pensam nos votos e não mexem no que se faz necessário.

Exposto isso, é preciso pensar na qualidade do sistema. Pregam muito que o sistema não tem qualidade – e como usuário atesto isso! – mas a impressão que fica é de que as concessionárias são as únicas responsáveis pela qualidade, o que não é verdade. A maior parte da qualidade no sistema é de responsabilidade da prefeitura.

O mobiliário urbano (terminal, abrigos nos pontos, corredores e etc) é de responsabilidade da prefeitura. Faz-se necessário, antes de praticar o subsídio, atender todas as necessidades que são de responsabilidade da prefeitura. Indico 4 intervenções no mobiliário de resultado eficiente:

1-) Operação do Terminal Urbano: o terminal urbano de Limeira é aberto, pois o sistema de integração é feito dentro dos carros. Entretanto, o terminal urbano gera um fluxo de usuários muito grande. Cada um destes usuários fazendo a integração dentro dos carros, gera uma lentidão no sistema. O município deveria operar o Terminal Urbano, fechá-lo, para que os usuários entrem pela porta de trás e assim agilize o embarque, reduzindo o tempo parado dentro do terminal.

2-) Abrigos nos pontos: A prefeitura, antes de despejar dinheiro nas empresas de transporte, deveria implantar coberturas nos pontos de embarque. Limeira possui quase 1.000 pontos, entretanto, apenas de 60 à 70% deles são de embarque. O restante – que são os próximos aos pontos finais – são apenas de desembarque e não necessitam de abrigos.

3-) GPS e controle do fluxo: o sistema, por contrato, deverá ser monitorado por GPS. Isso possibilitará o controle da frota, dando condições de se monitorar atrasos e gargalos no sistema. Sendo assim, a prefeitura deveria montar uma central de monitoramento e implantar telas informativas com previsões de partidas e chegadas.

4-) Corredores de ônibus: não adianta implantar corredores, como fez o Silvio Félix, se no final dos corredores existe um gargalo. Exemplifico: criou-se um corredor de ônibus na rua Tiradentes. Este corredor não existe na Av. Santa Bárbara e, mesmo que existisse, atravessar a rotatória da Barroca Funda seria outro gargalo. É preciso que a prefeitura invista em viadutos para que gargalos do sistema sejam superados. Barroca Funda e Avenida Laranjeiras são dois exemplos gritantes. Nos horários de pico, ônibus ficam até 15 minutos esperando a travessia. Isso, considerado ida e volta, tira muito tempo útil de um itinerário.
Além do mobiliário, a prefeitura detém a prerrogativa de indicar os itinerários. E aí esta um outro problema: medo de mexer com o comodismo do usuário. Exemplifico: em 2004, ainda no governo Pejon, foi feita a mudança de linhas diametrais para radiais. Isso obriga o usuário a descer no terminal para fazer a famosa baldeação.  Entretanto, manter a linha no formato diametral implica em sobreposição de linhas e que implica em sobreposição de horários. Um exemplo crasso disso são as linhas 107 e 15, que passam na Avenida Laranjeiras. Do Atacadão ao terminal urbano elas fazem a mesma rota. Só que essas linhas saem do Atacadão praticamente no mesmo horário. Isso faz com que o usuário espere muito tempo por um ônibus e quando chega, vem duas linhas ao mesmo tempo.

Toda a inteligência dos itinerários parte da prefeitura e, portanto, antes de subsidiar o sistema, a prefeitura deveria investir em inteligência.

Tudo isto, somados a uma renovação de frota, ar condicionado, funcionários educados e algumas outras medidas simples, melhorariam substancialmente o sistema, aumentando o IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro), melhorando o equilíbrio financeiro do sistema.


O subsídio não é um monstro. Ele é fundamental para que o sistema funcione adequadamente. É até um fator de transferência de renda dos mais ricos aos mais pobres! O que não se pode admitir é que as empresas de ônibus recebam subsídios para operar um sistema falho. É preciso que a prefeitura admita que é responsável pelas falhas, que mexa nos comodismos do usuário, para que depois seja feito um subsídio ao sistema. Sem isso ficaremos sempre com a impressão de que há acordos escusos por trás dos planos de Hadich.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Carta aos Governantes

Excelências,

Chegou o momento que Vossas Excelências tanto temiam. O povo despertou! Não o despertou dos movimentos orquestrados na Avenida Paulista. Nem o despertou dos protestos em frente ao Estádios da Copa das Confederações. Esses movimentos, como Vossas Excelências bem sabem, são organizados por homens como Vossas Excelências, que tem um único objetivo: tomarem o poder (e depois esfolar o povo do mesmo jeito).

O povo despertou Excelências, para o mau feito. O povo despertou para a corrupção. O povo despertou para mandos e desmandos. O povo despertou para os problemas deste país e agora o povo sabe que brigar para que isso tudo melhore é um direito deles.

Excelências, não dá mais para aceitar o mau feito. Obras que se desmancham na primeira chuva. Sistemas de transporte caros e desumanos. Os Senhores já pensaram ficar quatro horas por dia dentro de um ônibus? Tem quem fique seis! Não dá mais pra aceitar o ensino de má qualidade, nem as macas nos corredores de hospitais.

Chegou a hora de buscar a eficiência e a eficácia no setor público!

Excelências, não dá mais para aceitar supersalários enquanto um trabalhador ganha o salário mínimo. Pior: não dá mais para aceitar um sistema tributário que onera mais – percentualmente falando -  quem ganha menos do que os ricos. Acho justo um deputado ganhar 15, 20, 30 mil. Desde que o trabalhador também tenha este direito!

Chegou a hora de uma reforma política e tributária que corte na própria pele!

Excelências, não dá mais para aceitar mensalões (sejam eles federais ou mineiros). Não dá mais para aceitar licitações direcionadas, máfia de ambulâncias, sanguessugas e nem valériodutos. Não dá mais para sustentar 39 Ministérios somente para pendurar aliados. Não dá mais para despejar milhões na UNE e na CUT para que eles fiquem caladinhos. Muito menos despejar milhões na mídia, seja ela a golpista, seja ela a revolucionária.

Chegou a hora colocar na cadeia quem faz carnaval com o dinheiro do povo!

Excelências, não dá mais para aceitar a violência. Não dá mais para aceitar uma pessoa honesta ser queimada por causa de migalhas. Não dá mais para aceitar uma geração perdida no crack. Não dá mais para aceitar os pares dos senhores que ganha dinheiro com o tráfico de armas e drogas (o povo já sabe exatamente quem é aliado dos produtores de coca e dos contrabandistas de armas).

Chegou a hora de acabar com as vistas grossas!


Excelências, o povo despertou. É melhor despertarem também. Não é a Revolução. Isso não existe, é apenas uma utopia que nunca funcionou e nunca funcionará. É só que nós queremos o que é nosso por direito: o uso correto dos nossos recursos e uma vida mais digna!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A Privataria Petista - Parte II

A Era das Privatizações e Concessões

A década de 1980 é tida no Brasil como a década perdida. Após diversas crises econômicas o governo militar no Brasil decide impor barreiras alfandegárias gigantescas, impossibilitando as importações. Tal medida protecionista fez com que as empresas brasileiras se acomodassem. Como não tinham concorrentes de peso, não investiam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e na modernização da produção. O brasileiro era obrigado a consumir produtos caros e de qualidade duvidosa. Foi algo parecido com o que a Presidente Dilma vem fazendo com os automóveis importados na atualidade (mas este é assunto para outro artigo).

Com a abertura dos mercados no início da década de 1990, no governo do Presidente Fernando Collor, as empresas brasileiras eram verdadeiras sucatas. Com a entrada de produtos de melhor qualidade e mais baratos, inúmeras empresas brasileiras faliram. Era a comprovação de que o Estado Brasileiro não sabia ser empreendedor. Quem pagava o preço da ineficiência era o povo.

Em 1990, Collor institui o PND - Programa Nacional de Desestatização. O Programa pretendia com que o Governo se desfizesse de várias empresas ineficientes. Infelizmente a primeira experiência não foi animadora. Collor vendeu a Usiminas, uma das poucas empresas lucrativas nas mãos do Governo. Começa nesta privatização errada a polêmica das privatizações.

Já no Governo Itamar Franco, declaradamente contrário à desestatização, o Governo se desfez da EMBRAER, que estava à beira da falência (hoje uma das maiores do mundo!). No Governo Fernando Henrique Cardoso ocorreu a maior parte das desestatizações.

Hoje, quase duas décadas após as maiores desestatizações, é possível observar os benefícios do Programa ao Brasil. Dinheiro no caixa, multiplicação na arrecadação de impostos, melhoria substancial nos serviços e, o melhor de todos, menos fisiologismo na gestão pública.

Vale, uma das maiores mineradoras do mundo!

A Vale, ex Vale do Rio Doce, é hoje a maior empresa privada do Brasil. Nas mãos do Governo a empresa só dava prejuízo. Hoje, o que ela gera de impostos para o povo brasileiro é metade do seu valor de mercado em 1997. Isso significa que a cada dois anos ela gera ao caixa do Governo uma Vale do Rio Doce de 1997. Antes da privatização a Vale gerava 15 mil empregos e tinha um valor de mercado de 7 Bilhões de dólares. Hoje ela gera 119 mil empregos diretos, incontáveis indiretos e tem o valor de mercado de 160 Bilhões de dólares (22 vezes mais que quando estava nas mãos do Governo).

Imaginem se a empresa ainda estivesse nas mãos do governo? O PT a lotearia inteira aos seus aliados, assim como faz com a Petrobrás e ANP (nas mãos do PC do B).

Telefonia pra todos

Quem não se lembra do martírio que era ter um telefone fixo antes da privatização? Uma linha telefônica custava mais que um carro ou um terreno. Mesmo a preços absurdos, era preciso esperar meses ou até mesmo anos para se conseguir ter uma linha. Graças a privatização hoje as linhas fixas atendem a todo o Brasil, sem custo de aquisição. Sem falar nos celulares. Hoje existem mais celulares que habitantes no Brasil.

Rodovias Paulistas

Nada exemplifica melhor o sucesso das Concessões que as rodovias paulistas. Das 10 melhores rodovias do Brasil, segundo a revista 4 Rodas, 8 estão em São Paulo. Estas mesmas estão nas mãos da iniciativa privada.

A concessão destas rodovias gerou caixa para que o estado recuperasse milhares de quilômetros de estradas vicinais (como a Limeira – Arthur Nogueira, a Limeira – Cosmópolis e a estrada que liga a Anhanguera à empresa Ajinomoto – só pra citar as estradas de Limeira).
Existe muita crítica às concessões de rodovias paulistas devido aos pedágios. Eles existiam antes das privatizações e mesmo assim as estradas continuavam sem manutenção. A concessão gerou eficiência na gestão dos recursos dos pedágios. Estes são pagos somente por quem usa (e não por toda a população). Seus recursos são inteiramente aplicados nas rodovias, que melhoraram significativamente, reduzindo os custos de fretes e os acidentes.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Privataria Petista - Parte I

Petistas e simpatizantes tiveram, após nove anos de descalabros, um mês de glórias! Foi lançado o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Desde então o livro se tornou a bíblia dos petistas e parte integrante de sua cartilha. Conversar com um deles agora ficou extremamente chato:
Cidadão – Você viu? Caiu o sexto Ministro do Governo Dilma em 12 meses!
Petista – Caiu, mas a privataria tucana...
Cidadão – Você viu? Cassaram os prefeitos petistas de Campinas e Sumaré!
Petista – Cassaram, mas a privataria tucana...
Cidadão – Você viu? A inflação esta nas alturas, o país cresceu mediocremente e esta se desindustrializando!
Petista – É, estamos falindo, mas a privataria tucana...
Mas não é do livro que quero falar. Afinal, não vou perder meu tempo com as asneiras que um ex-jornalista, com uma ficha gigantesca na polícia e a serviço da máquina eleitoreira petista escreve. Quero falar das privatizações realizadas pelo PT ainda no governo Lula.
O Partido dos Trabalhadores há anos critica as privatizações realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso, no plano Federal, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra no plano Estadual. A balela, que surge somente em anos eleitorais, é a mesma de sempre: entregaram o patrimônio público nas mãos dos empresários, dos banqueiros, dos estrangeiros e blá, blá, blá...
Então vamos ao que o PT não fala: a verdade!

O Surgimento das Estatais Brasileiras
As empresas estatais surgiram de uma necessidade do Estado: a industrialização do país. Após a tomada do poder Getúlio Vargas criou diversas estatais. Petrobrás, Vale do Rio Doce e CSN são algumas delas. Estas empresas tinham por função fomentar a indústria de base, o que atrairia investimentos no setor industrial. A vinda das primeiras montadoras de veículos ao país deu-se graças a essas estatais.
Além das estatais responsáveis pela alavancagem da economia, outras estatais foram criadas para desenvolver setores estratégicos, como a telefonia e energia elétrica.
De uma forma geral, as estatais surgiram com o Estado injetando dinheiro em empreendimentos de alto risco. Onde não havia interesse ou segurança para capital privado, lá estava o Estado paternalista. Muitos destes investimentos foram realizados com empréstimos, inchando as dívidas internas e externas brasileira. Esta foi a única forma de tirar o país da economia agrícola e colocá-lo - dois séculos depois da revolução industrial na Europa – no mapa da industrialização.
O objetivo do Estado não era lucrar com as estatais. A principal função delas era dar o “start” na industrialização. O desenvolvimento econômico, tecnológico e social viria a reboque, por vias da livre iniciativa, que tem a liberdade e criatividade de impulsionar a economia, sem fisiologia.
Continua...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Investimento em P&D é o futuro. Em Limeira falta o básico!

Em artigo publicado pela revista Scientific American Brasil, o prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, fala sobre a atração de novos talentos e da importância que eles tiveram à cidade. Alguns dos grandes inovadores como Charles Pfizer e Alexander Graham Bell eram de Nova Iorque, numa época em que a única vantagem de uma cidade era a facilidade em escoar a sua produção. Nos dias atuais, com a facilidade nas comunicações e nos meios de locomoção, as barreiras de localização já não existem mais e o grande entrave à transpor é a pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Ter grandes universidades e um ambiente de inovação fértil é facilitador na atração de investimentos de grande porte, especialmente das grandes fabricantes de produtos tecnológicos como computadores, smartphones e tablets. Partindo deste princípio, Bloomberg esta investindo pesado na atração de centros acadêmicos de ponta e assim recuperar a liderança perdida para Boston e para o Vale do Silício, nos EUA. Desde o meio deste ano, Nova Iorque esta oferecendo às universidades interessadas a se instalarem por lá um imóvel de ponta e até US$ 100 milhões em investimentos.

Certamente todo este investimento não é em vão. Segundo estimativas da prefeitura de Nova Iorque, nos 30 primeiros anos de funcionamento de um centro tecnológico de ponta, podem ser geradas 400 empresas de tecnologia e cerca de 30 mil empregos permanentes. Isso sem contar o aumento de renda que um número maior de graduados traz.

Nesta mesma linha a coluna “Contexto Paulista”, da Associação Paulista de Jornais, publicada pelo Jornal de Limeira, desta semana relata as vantagens de São Carlos em ter grandes centros universitários.

Respeitadas as respectivas proporções, volto o foco pra Limeira. Enquanto cidades do Brasil e do mundo investem em P&D, Limeira sofre com problemas básicos como a segurança nas proximidades dos campi, e a falta de facilidades. A UNIP teve sérios problemas de acesso, assim como a FAAL teve problemas com documentação. Os investimentos nos acessos do novo Campus da UNICAMP só agora, 4 anos depois, estão sendo realizados (boa parte ainda é proveniente de empreendedores da região).

Os investimentos no ensino superior e em P&D não devem partir apenas do Estado ou da livre iniciativa. É preciso que o município volte os olhos para o ensino superior de qualidade. Cordeirópolis e Piracicaba tem faculdades municipais. Porque não Limeira investir na sua também?

Nos últimos 10 anos Limeira se tornou um importante centro universitário. Grandes universidades públicas e particulares se instalaram por aqui. Se existisse um planejamento de qualidade e um efetivo investimento, direto e indireto, nestas e em novas universidades, poderíamos estar correndo como Nova Iorque: eles para serem a melhor cidade em P&D dos EUA e nós para sermos a melhor do Brasil!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dr. Hélio Cassado: um naco de esperança!

O Brasil é um país jovem democraticamente falando. Estamos num regime democrático há 25 anos. Quase nada perto dos ingleses, que instituíram sua Carta Magna em 1215, 285 anos antes da descoberta do Brasil. Nesse quarto de século já vimos muito: abertura do mercado, estabilização da moeda e impeachment de Presidente da República. As coisas vão acontecendo e nós, como democracia, vamos amadurecendo. É um amadurecimento lento, mas o importante é estar amadurecendo.

Neste último fim de semana mais uma cena deste amadurecimento aconteceu: o impeachment do prefeito de Campinas, o Dr. Hélio (PDT). A décima economia do país e a terceira maior cidade do Estado de São Paulo teve o prefeito cassado por 32 votos a 1.

Não que a justiça tenha sido feita. O ideal era vermos o Dr. Hélio, sua esposa e o resto do bando na cadeia e o dinheiro roubado de volta aos cofres públicos. O que importa é o simbolismo que um impeachment traz consigo. Pior que a derrota nas urnas é a derrota política de quem sofre um impeachment, já que quem recebeu a confiança do sufrágio universal e depois assalta o erário público nada mais é que um traíra, um Judas.

Em meio a inúmeras denúncias de corrupção no governo do PT (que por sinal tem estritas ligações com o pessoal de Campinas – vide a visita oculta de Zé Dirceu e a amizade de Lula com um dos líderes do bando campineiro), a cassação do prefeito da cidade mais importante do interior do estado mais importante do Brasil é um naco de esperança neste mar de lama em que estamos afundando. Quem sabe o exemplo de Campinas não se espalhe por outras cidades (especialmente algumas vizinhas), estados e quiçá no Governo Federal.

Quem assume em Campinas é o vice, Demétrio Vilagra (PT), que esta atolado até o pescoço no esquema de corrupção e teve até sua prisão decretada. Por isso ainda há muito que fazer por lá. A faxina (palavra do momento) deve estar apenas começando. O importante, que é primeiro passo, já esta dado. Resta extirpar toda essa corja de Campinas, o que provavelmente será feito nos próximos dias.

Que este momento histórico pra nossa região seja desencadeador de uma faxina geral na política do Brasil e que os políticos que se acham espertalhões encontrem o seu lugar: o xilindró!