O prefeito Silvio Félix postou em seu blog imagens da “revitalização” do córrego Barroca Funda e na semana passada estive visitando a obra. Sem sombra de dúvidas é uma obra necessária, já que a região sofria com constantes alagamentos e a erosão das margens do curso d’água. Infelizmente o que podemos constatar na obra não é nada animador.
A prefeitura optou pela canalização do córrego, na contramão das iniciativas mundiais de “descanalização”. Estão sendo assentadas aduelas de concreto em forma de “U” no leito do córrego o que gera muitos problemas ambientais além de ser a solução mais cara para o problema.
O maior problema que uma canalização gera é o aumento na velocidade de escoamento das águas. A velocidade aumentando, a probabilidade de alagamento no trecho imediatamente abaixo é maior. Analisando o caso específico daquela região vemos que o trecho canalizado deságua na rotatória que dá acesso ao Jardim Florença, justamente um dos pontos de alagamento da cidade. Se o local já alagava antes da canalização é melhor se preparar para o que irá vir por aí.
Outro problema grave da canalização é que ela impossibilita a infiltração da água no solo. Isso aumenta o volume de água escoada superficialmente e não permite a recarga do lençol freático.
É claro que a canalização é a solução mais fácil, mas não é a melhor solução. Além dos danos ambientais irreversíveis a obra é de elevadíssimo custo. O que esta sendo executado no Barroca Funda pode facilmente atingir a casa do milhões (no plural). Se a obra fosse realizada da forma ambientalmente correta seria bem mais barato que da forma que esta sendo feita.
Mais uma vez a administração municipal esta na contramão do resto do mundo. Cidades da Europa estão removendo o concreto das canalizações dos rios e devolvendo a eles o seu leito original, replantando a mata ciliar. Em Limeira, depois de vermos a revitalização do Ribeirão Tatu (a melhor obra da atual administração), temos que engolir um retrocesso desses.
domingo, 28 de março de 2010
Na contramão da onda ambiental
Postado por Marciél Gorrido Junior às 13:17
Marcadores: Limeira, Obras Viárias em Limeira, Urbanismo
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