terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Na era Félix o jovem não tem vez!

Acabo de chegar de um fim de semana em Bauru, uma das mais belas cidades que conheço no estado de São Paulo. Em dois dias visitei alguns lugares: o Bar do Português (o melhor chopp do Brasil), um Pub (bar no estilo Irlandês) e outro bar, o Capela, que se assemelha muito ao limeirense Bar da Montanha. Além da diversão fiz negócios em um belo centro empresarial e conheci alguns universitários engajados na política. Ir à Bauru é uma viagem revigorante e que me enche de novas idéias.

Infelizmente a volta pra Limeira não é tão gratificante. Ao chegar abro um jornal local e vejo que a cidade passou por uma blitz para coibir os famosos “points”. Ao que tudo indica a mega operação foi praticamente um show pirotécnico com centenas de policiais, guardas e fiscais.

Até concordo que é preciso respeitar o sossego alheio, que é preciso coibir a venda de bebidas alcoólicas à menores de idade, o tráfico de drogas e o abuso do álcool ao volante, mas o que nós jovens iremos fazer? Ficar em casa em pleno sábado a noite é que não será!

O problema é que a cidade não incentiva o investimento em locais apropriados à diversão dos jovens. Na atual administração a situação piorou muito com a proibição de shows nos clubes e com a perseguição aos “points”. As opções que restam são obrigadas a fecharem as portas por não se adequarem a “Lei do fecha bar”, como se todo e qualquer estabelecimento fosse um boteco de esquina que vende doses e mais doses de pinga a espancadores de esposas e assassinos alcoólatras. É absurdo ainda maior as polícias, a guarda e a fiscalização da prefeitura chegar no meio dos eventos e interrompê-los ao invés de procurar os estabelecimentos antes do expediente.

É lamentável vermos a nossa cidade tratar os jovens desta forma. A administração pública age como se não houvesse pluralidade na juventude e na suposição de que a única solução para os problemas da juventude é aprisioná-los em um culto/missa louvando ao Senhor. Afirmo: não é e nunca será! Não será reprimindo a juventude que se resolverá o problema. É preciso incentivar a criação de “points” regularizados, com segurança para os usuários e os munícipes. O que impede, por exemplo, a determinação de uma ou duas avenidas da cidade como “points” oficiais, onde empresários teriam um incentivo para instalarem estabelecimentos de entretenimento e com o compromisso de zelarem pelo sossego alheio? O que não pode acontecer é a fiscalização barrar este tipo de atividade enquanto igrejas infernalmente ensurdecedoras continuam se multiplicando pela cidade.

Além do bem-estar do jovem é preciso se pensar na economia. O entretenimento é um dos impulsionadores da economia, gerando empregos e renda. Todos os fins de semana inúmeros jovens limeirenses deixam milhares de Reais nas economias das cidades da região e milhares de jovens da região deixam de gastarem aqui. Isso contribui ainda mais para que Limeira se torne uma cidade dormitório, fato que esta se evidenciando como a principal característica do governo Silvio Félix.

Limeira esta se tornando uma cidade universitária e a vinda de mais jovens pra cá pede mais investimentos na juventude. Também é preciso um pouco de tolerância com as extravagâncias, natural e parte integrante do aprendizado do jovem. Ignorar que precisamos nos divertir de diversas formas, com certa liberdade é um erro e pode provocar a ira da juventude. E como diria o velho slogan: “os jovens unidos jamais serão vencidos.