PSDB erra na verdade, PT acerta na mentira

A última pesquisa à corrida presidencial trouxe uma surpresa tanto para o QG petista quanto para o QG tucano: a liderança da ex-ministra Dilma Rousself. Nem os petistas mais otimistas e nem os sociais democratas mais pessimistas imaginavam uma virada de Dilma antes do início da campanha oficial.

Essa virada precoce da candidata de Lula é o reflexo de três fatores: o racha no PSDB e coligações, o abuso petista de campanha irregular e uma insistência histórica do PSDB em dizer a verdade. E este último fator é o responsável pelas derrotas tucana em 2002 e 2006.

O PSDB insiste em dizer a verdade a uma massa de ignorantes políticos, que é o eleitorado brasileiro. José Serra em 2002, Geraldo Alckmin em 2006 e novamente Serra em 2010 usaram (e ainda usam) uma linguagem técnica que não atraí o ignorante político, diferentemente da hipocrisia lulista que ilude a massa e compra, oficialmente, os votos dos mais pobres.

O povão não entende o que é choque de gestão, redução dos gastos públicos diretos e nem a importância da meritocracia na gestão pública. Deixam-se levar pelos apelos populistas das bolsas distribuídas pelo governo, pelos filhos matriculados em faculdades que não tem o mínimo de qualidade e pelos aumentos irrisórios das aposentadorias. O PSDB, com seus intelectuais, muito mais teóricos que práticos, não aprenderam ainda como se conquista votos aqui no Brasil. Os sociais democratas não entenderam que o povão já se acostumou com a inflação sob controle (principal legado tucano) e agora quer muito mais. Mesmo que esse mais seja uma ilusão eleitoreira.

O PSDB erra tentando contar a verdade aos eleitores, enquanto o PT acerta contando a mentira. Como o eleitorado brasileiro, analfabeto político, não sabe distinguir uma verdade de uma mentira (até mesmo a aparência física da candidata petista é uma mentira), Dilma ultrapassa José Serra antes do imaginado pelos especialistas. E a tendência é de alta nas intenções de votos na petista, com previsões dos mais otimistas de vitória ainda no primeiro turno.

Enganar o povo com as mais ilusórias promessas (e com as mais descaradas formas de compra de votos) é a melhor forma de se conquistar a liderança numa campanha, como nos demonstra muito bem a fora de hora e irregular campanha petista. O próprio Lula só se elegeu quando deixou de lado as utopias e começou a enganar o povo. E com essas mentiras se tornou “o cara”, um dos presidentes mais populares na história deste país.

Os tucanos têm pouco mais de três meses para aprender a mentir e reconquistar a liderança.