sexta-feira, 16 de julho de 2010

Onde esta o livre arbítrio no Brasil?

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las!” - François-Marie Arouet (Voltaire), filósofo francês.

O Senado argentino aprovou nesta semana a união de pessoas do mesmo sexo. A Argentina torna-se, então, o primeiro país da América Latina a permitir o casamento de pessoas do mesmo sexo. Este assunto, aliado à discussão sobre a legalização do aborto, é o responsável pelas mais apaixonadas discussões. Afinal, devemos legalizar ou não tais práticas?

Considerando que a união homossexual e o aborto já acontecem aos milhares (ou seriam milhões?) no Brasil, devíamos legalizar sim e o mais rápido possível. O problema do Brasil é o alto teor de influência que setores religiosos exercem na política, mesmo a Constituição Federal declarando que somos um Estado laico.

A influência religiosa, sobretudo da Igreja Católica, é prejudicial ao Brasil desde a época do descobrimento. Como podemos observar numa análise geopolítica do assunto, países com maioria protestante são muito mais evoluídos econômica, social e educacionalmente. Com a as questões do casamento homossexual e da legalização do aborto as religiões tentam interferir num direito que elas mesmo pregam que Deus nos deixou: o livre arbítrio.

Os dogmas de uma religião não podem ser impostos à sociedade. Na sociedade em que vivemos, notoriamente no mundo ocidental, não cabe mais o controle da sociedade por parte das religiões. Isso ficou na idade média e em algumas culturas árabes e orientais.

Como livres em todos os aspectos, precisamos respeitar o direito de decidir, de livre arbítrio de cada um, mesmo sendo contrário a tais atitudes. Minhas convicções não podem sobrepor-se ao direito de escolha do próximo. Se for pecado ou não, quem julga é Deus (ou seja lá em quem ou no que a sua religião acredita).

Mais irresponsável que a atitude das instituições religiosas é a subserviência do Estado à tais atitudes. O parlamentar e o gestor público não pode se render a esse setor em detrimento de outros. É preciso legislar e governar em prol de toda a sociedade, inclusive às minorias.

As práticas do aborto e da união homossexual já são uma realidade e não há como escapar. O Estado já nem combate mais tais “crimes”. Falta apenas legalizar e legalização traria mais benefícios que malefícios.

As religiões mostram a sua decadência tentando controlar, através da Lei, atos que seus dogmas repugnam. A verdade é que as religiões não conseguem mais impor a sua política do medo para controlar a sociedade. Enfraqueceram-se e caminham para a extinção no longo prazo. As instituições públicas demonstram a sua fraqueza ao serem subservientes às decadentes religiões, afinal, muitas delas ainda angariam muitos votos de cabresto no Brasil.

Não é mais aceitável que no Brasil se transformem dogmas em Lei. Onde esta o livre arbítrio?

Assim como Voltaire, mesmo sendo contrário a tais atos, defendo até a morte o direito de cada um fazê-los! Parabéns ao congresso argentino pela coragem e liberdade de suas decisões!

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