O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou hoje pesquisa de popularidade da presidente e dos governadores de todo
o país. Invariavelmente os índices de aprovação despencaram e os de reprovação subiram
feito foguete. Fruto do despertar do gigante, que levou milhares de brasileiros
às ruas de todo o país.
Quando as autoridades perceberam o tamanho do problema em
suas mãos, uma chuva de medidas emergenciais apareceu tirada das cartolas dos
nossos governantes. Constituinte, plebiscito, médicos cubanos... A lista é
longa!
Os governantes não perceberam que as soluções mirabolantes
não são as reivindicações das ruas. O brasileiro aguentou por muito tempo
calado e agora, com uma democracia mais amadurecida, ele pede uma ruptura geral
com o sistema que aí se instalou.
Nenhum governante tocou no assunto segurança num país que
viu recentemente trabalhadores morrerem queimados por não terem dinheiro pra
entregar aos bandidos ou meninas estupradas e depois mortas. Num país onde o
proprietário de um automóvel, além de pagar pelo carro mais caro e sem equipamentos
do mundo, de pagar IPVA, combustível, documentação e seguro obrigatório
altíssimos, ainda precisam pagar seguro caro, alarme, rastreador, flanelinha...
Nenhum governante tocou no assunto educação num país em que
sobram vagas de emprego, mas faltam trabalhadores qualificados. Num país em que
as universidades públicas são para a elite e as particulares fábricas de
diplomas. Num país em que professores ganham migalhas e “vales coxinhas” para
ensinar uma grade curricular ultrapassada a mal educados alunos sem capacidade
de entender a maior parte desta grade ultrapassada.
Nenhum governante tocou no assunto desburocratização e
gestão eficaz num país onde tudo que se faz necessita de um carimbo,
autenticação e assinatura (isso numa era digital). Num país onde o fisiologismo
político criou 39 Ministérios e abriga, na esfera federal, nada mais, nada
menos que 25 mil funcionários comissionados com altos salários.
São problemas para se ficar dias elencando. São 500 anos de
mandos, desmandos, privilégios e apadrinhamentos e que ninguém ousou ainda
mudar. E é isso que as ruas pedem, clamam!
Porque não se aprova um novo código penal, mais duro e que
coloque efetivamente os bandidos na cadeia? Porque não se faz a reforma
tributária para aliviar o complexo sistema de contabilidade brasileiro? Por que
não se implanta a meritocracia em tudo o que é público? Porque não agilizam-se
processos civis, criminais, aprovações ambientais, fundiárias e tantos outros processos
afundados na nossa infinita burocracia?
Temo que os governantes não toquem neste assunto, pois é de
interesse deles que se mantenha a educação em frangalhos, o tráfico de armas e drogas
faturando bilhões e a burocracia incentivando as dificuldades para vender
facilidades.
O gigante acordou e ficou mais inteligente. Enquanto os
governos também não acordarem e ficarem mais inteligentes (eficientes, eficazes,
justos...) as popularidades deles continuarão despencando.
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