Quem invadiu quem?

Esta época é de muito medo para quem vive em zonas de risco de alagamento. As chuvas de grande intensidade e rápidas, conhecidas popularmente como chuvas de verão, acontecem quase que diariamente. Aqui em Limeira nos últimos dias casas e comécios foram invadidos e vias ficaram intransitáveis. Locais como a rotatória da Av. Laranjeiras e o Mercado Modelo são palcos clássicos de alagamentos.

Mas a questão definitiva é: a água invadiu o espaço do homem ou o homem invadiu o espaço das águas? Com toda a certeza a resposta é que o homem invadiu o espaço das águas!

Vejamos o exemplo do Mercado Modelo. Ele foi construido sobre o vale do antigo córrego do Bexiga, assim como as residências e comércios da região. Quando da construção das galerias que canalizaram o córrego, não haviam estudos de escoamento e por isso a galeria foi mal dimensionada. O resultado é isso que vemos hoje: o Mercado alagado toda chuva um pouco mais forte.

Outro exemplo é a Rotatória Ver. Américo Francisco, no início da Av. Laranjeiras. Construida sobre o córrego Granja Machado, a rotatória ainda sofre efeito do turbilhão d'água que é gerado na estação de tratamento de uma empresa de papel da região. Esse turbilhão causa refluxo nas aduelas que compoem a canalização do córrego, alagando assim a rotatória.

Eu poderia mostrar inúmeros exemplos de que o homem invadiu o território das águas e não o contrário. O fato é que é inegável que a culpa é da ocupação irregular do homem na natureza. Se fossem respeitados os devidos limites homem-natureza certamente não haveriam tantos transtornos causados por enchentes.